O Uso Correto dos Meios de Alcançar a Meta
 
 
Jean des Vignes Rouges
 
 
 
 
 
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No parágrafo inicial, a expressão “coup de main
é um termo técnico: significa um ataque militar de
surpresa, desencadeado com apoios simultâneos diversos.
 
(CCA)
 
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O dono de uma vontade forte não é aquele que planeja um coup de main, mas aquele que avança de fato para colocá-lo em prática.” Com esta imagem guerreira, Charles Blondel nos mostra claramente a importância da fase da volição que é a passagem ao ato.
 
Com efeito, tudo o que acontece antes da ação pode ser apenas sonhos, ruminações, desejos, projetos, resoluções, um jogo de elementos abstratos, uma tempestade de ideias, agitações de um espírito que se debate longe da realidade, e que não deixarão talvez nenhum efeito nem consequência, depois de passarem. Ah, como é vasto e como é populoso, dentro de nós, o cemitério onde, no fundo da nossa alma, dormem os atos de vontade que nasceram mortos!
 
Evite o hábito de fazer estes sepultamentos. Esta atividade fúnebre não ajuda a viver bem. E, o que é pior, as pessoas passam a ter prazer nisto. Uma preguiça horrível incita então a lançar todos os projetos no esquecimento. “Não faz sentido!”, repetimos com um tom entediado. É a indiferença monótona de um coveiro que só se interessa por caixões!
 
Tão logo você defina um projeto que requer vontade, entre em ação, a menos que você tenha delineado o plano deliberadamente como uma tentativa e uma experiência preliminar.
 
Evite “deixar para mais tarde”. Se a sua decisão foi tomada, e foi amadurecida pela reflexão, coloque-a em prática. Resista ao desejo de preparar-se eternamente. Você anunciou que era bom, útil e justo agir de determinada maneira. Coloque o seu selo de garantia e a sua marca nesta resolução, agindo de fato.
 
Para dar esta liberdade de ação ao seu impulso voluntário, um bom procedimento consiste em concluir cada tomada de decisão com um procedimento supremo, que é perguntar-se se a decisão que acabamos de tomar não está contaminada pelo espírito da fantasia e da quimera. Isso pode ser feito através de um pequeno monólogo construído sobre este modelo:
 
“Levei em conta todos os fatores, examinei tudo? Minha decisão leva em conta a realidade inteira. Não será uma comédia o que estou fazendo? Não é um faz-de-conta? Estou totalmente comprometido! Estudei todos os meios a serem usados para ter sucesso. Estou olhando a situação de frente. Considerei todas as consequências. Sou sincero comigo mesmo! Então, definitivamente, vou adiante!”
 
A partir deste momento, o espírito se volta para a aplicação correta dos meios de realização do trabalho planejado; os músculos se contraem como ajudantes bons e obedientes, que cumprem o seu dever sem preocupação, porque não são os responsáveis. Naturalmente, para isso todos os seus órgãos musculares devem estar em um bom estado de vitalidade, o que se consegue por meio de exercícios físicos, através da prática de esportes e do hábito de trabalhar. Na fase de execução da tarefa, o uso da vontade depende em grande parte da energia armazenada nos músculos e pronta para ser desencadeada. O sujeito adquire, então, uma consciência mais aguda da sua força total.
 
E se acontece que o cumprimento da decisão só pode ocorrer num momento posterior? Neste caso, convém não enganar a si mesmo. Enquanto não agir, não poderá saber se você quer de fato alcançar aquele objetivo.  
 
Para conservar intacta a força e o impulso da sua vontade, mantenha presentes no seu espírito todas as ideias que o fizeram decidir-se, e não permita que se instalem em sua consciência as ideias contrárias à decisão tomada.
 
Isto significa que para agir é necessário manter os processos ideomotores da consciência prontos para serem desencadeados, numa espécie de estado latente ativo, e ao mesmo tempo inibir os processos que desperdiçariam energia prematuramente.
 
É evidente que há, nesta atitude, um pouco daquela teimosia radical do “sujeito cego” que se recusa a examinar novamente a questão. Mas é preciso lembrar que são os indivíduos desse tipo que entram em ação com mais facilidade.
 
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O Cumprimento da Decisão” é uma tradução do francês, e Carlos Cardoso Aveline realizou a tarefa. A publicação nos websites da Loja Independente de Teosofistas ocorreu dia 16 de junho de 2024. Texto original: “Exécution de la Décision”. O artigo pertence ao livro  «Dictionnaire de la Volonté», de Jean des Vignes Rouges, Éditions J. Oliven, Paris, 320 pp., 1945, pp. 131-132.
 
Jean des Vignes Rouges é o pseudônimo literário usado pelo pensador e militar francês Jean Taboureau (1879-1970).
 
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