A Renúncia e a Humildade
São as Bases da Plenitude Interior
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 
 
 
A opção pela pobreza é uma das colunas essenciais da vida espiritual, e o pensador português Pinharanda Gomes registra o fato em seu livro sobre a disciplina diária dos templários.
 
“Ser pobre por fatalidade”, diz Pinharanda, “nunca se considera motivo de grandeza, mas de misericórdia. O pobre que é pobre por não conseguir ser rico padece de uma carência, espécie de moléstia, que pode resultar incurável”.
 
Porém aquele que renuncia por decisão própria à riqueza material tem um caminho diferente diante de si:
 
“O que pode não viver como pobre e decide viver como pobre escolhe a via da maior humildade. O voto de pobreza é um carisma, exprime a grandeza de alma que se aposta num despojamento das coisas, e dos bens materiais, para concentrar a alma no que mais importa.” [1]
 
O voto de pobreza é o voto de renúncia aos apegos materiais. Quando o peregrino deixa de lado a ilusão do apego ao mundo externo, percebe que pode ter o usufruto de algumas coisas, mas nada possui de seu na verdade.
 
Até mesmo o corpo físico do peregrino é dado a ele apenas por empréstimo pela natureza – através dos seus pais. Um dia terá inevitavelmente que devolvê-lo à natureza e transferir sua consciência para planos mais elevados. Portanto, a cobiça material não faz sentido.
 
Helena Blavatsky, Damodar Mavalankar, Henry Olcott, Boris de Zirkoff e outros teosofistas viveram em grande pobreza por opção própria. Todo teosofista é convidado a uma vida simples.
 
O peregrino deve cuidar bem e usar com moderação o instrumento vivo que é o seu corpo físico. E, se tiver discernimento, o usará para alcançar o conhecimento divino e buscar a sabedoria imortal. O compromisso dos teosofistas modernos com uma vida simples era assumido pelos templários em sua ordem clássica, fundada no começo do século 12.
 
Desde que a humanidade existe, a ideia básica deste propósito interior é compartilhada por místicos de todos os povos. Enquanto houver um mundo material, todo peregrino terá que renunciar ao apego a ele, para ampliar os seus horizontes e erguer-se até o mundo divino.
 
NOTA:
 
[1] “A Regra Primitiva dos Cavaleiros Templários”, Pinharanda Gomes, Hugin Editores, 1999, Portugal, 157 pp., ver pp. 36-37.
 
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O texto “A Pobreza na Disciplina dos Templários” está publicado nos websites associados desde o dia 03 de julho de 2022. 
 
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Leia mais:  
 
 
 
 
* A Filosofia do Aikidô (de Morihei Ueshiba).
 
* O Mistério dos Templários (de Helena Blavatsky).
 
 
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Leia a Parte Um da obra “Três Caminhos para a Paz Interior”. Com sete capítulos, ela é intitulada “O Caminho do Guerreiro”. O livro é de Carlos Cardoso Aveline e foi publicado pela Editora Teosófica, em Brasília, em 2002. Possui 191 páginas.
 
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