Os Vários Níveis de Percepção e Ação na
Vida Cotidiana de um Adepto Oriental
 
 
Um Mestre de Sabedoria
 
 
 
 
 
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Parte inicial da Carta 85-B, para Alfred P.
Sinnett, recebida em meados de setembro de 1882.
 
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A esta altura da nossa correspondência, como geralmente parecemos ser mal compreendidos, até mesmo por você, meu fiel amigo, pode valer a pena e ser útil para nós dois que você seja informado de certos fatos – e fatos muito importantes – em relação ao adeptado. Tenha presentes, pois, os seguintes pontos.
 
(1) Um adepto – tanto o mais elevado como o mais inferior – é adepto apenas durante o exercício dos seus poderes ocultos.
 
(2) Sempre que estes poderes são necessários, a vontade soberana abre a porta que leva ao homem interno (o adepto), que só pode emergir e agir livremente se o seu carcereiro – o homem externo – estiver completa ou parcialmente paralisado, conforme o caso,
 
(a) mental e fisicamente;
(b) mental, mas não fisicamente;
(c) fisicamente, mas não por completo mentalmente;
(d) nenhuma das opções, mas com uma película akáshica interposta entre o homem externo e o interno.
 
(3) Mesmo o menor exercício de poderes ocultos, portanto, como você verá agora, requer um esforço. Podemos compará-lo com o esforço muscular interno de um atleta que se prepare para usar sua força física. Assim como não é provável que algum atleta esteja sempre divertindo-se com dilatar suas veias na antecipação do fato de ter de levantar um peso, tampouco se pode supor que algum adepto vá manter sua vontade em constante tensão e o homem interno em completo funcionamento quando não há necessidade disso. Quando o homem interno descansa, o adepto se torna um homem comum, limitado aos seus sentidos físicos e às funções do seu cérebro físico.
 
O hábito aguça a intuição desse último, mas é incapaz de torná-lo supersensório. O adepto interno está sempre pronto, sempre alerta, e isso é suficiente para nossas necessidades. Em momentos de descanso, portanto, suas faculdades também estão em descanso.
 
Quando sento para minhas refeições, ou quando estou me vestindo, lendo ou ocupado de outro modo, não penso sequer naqueles que estão próximos a mim; e Djual Khool pode facilmente quebrar seu nariz e fazê-lo sangrar, ao bater no escuro contra uma viga, como fez uma noite destas – (apenas porque, ao invés de lançar uma ‘película’, ele tolamente paralisou todos os seus sentidos exteriores enquanto falava com um amigo distante) – e eu fiquei placidamente inconsciente do fato. Eu não estava pensando nele – daí minha inconsciência.
 
A partir do que foi dito acima, você pode deduzir facilmente que um adepto é um mortal comum em todos os momentos da sua vida exceto aqueles em que o homem interno está agindo.
 
(Mahatma K.H.)
 
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O texto “A Consciência de um Mahatma” foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 26 de fevereiro de 2024. Ele pode ser lido também na edição de julho de 2023 de “O Teosofista”. Trata-se de uma reprodução de parte da Carta 85-B, em “Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”, Ed. Teosófica, Brasília, edição em dois volumes, 2001, volume II, pp. 36-37. Na transcrição, com o objetivo de facilitar a leitura reflexiva, dividimos alguns parágrafos maiores em parágrafos menores.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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