Doze Fragmentos Proféticos Sobre
O Ciclo Humano Atual – e o Próximo
 
 
Carlos Cardoso Aveline (Ed.)
 
 
 
 
 
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Afirmações e comentários sobre o futuro
da humanidade,  selecionados dos escritos de
Helena P. Blavatsky e das Cartas dos Mahatmas.
As referências estão no final de cada fragmento.
 
(CCA)
 
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1. Um Mestre: A Lei do Renascimento do Passado
 
Nem nos sentimos, de modo algum, preocupados com o ressurgimento de nossas antigas artes e elevada civilização, porque elas certamente ressurgirão no momento certo, e de forma ainda mais elevada, assim como os plesiossauros e megatérios [1] em seu próprio tempo. Temos tendência a crer em ciclos que voltam sempre periodicamente e esperamos poder acelerar a ressurreição do que já passou e se foi. Nós não poderíamos impedi-lo ainda que o quiséssemos. A “nova civilização” será apenas filha da antiga, e nos basta deixar que a lei eterna siga o seu próprio curso para que os nossos mortos saiam dos seus sepulcros; mas estamos certamente ansiosos por acelerar o desejado acontecimento. Não tenha medo; embora “nos aferremos supersticiosamente aos restos do passado”, o nosso conhecimento não desaparecerá do alcance humano. Ele é um “presente dos deuses”, e a mais preciosa de todas as relíquias. Os guardiões da Luz sagrada não atravessaram vitoriosamente tantos séculos para naufragarem batendo nas rochas do ceticismo moderno.
 
(“Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. I, 374 pp. Ver Carta 11, pp. 81-82.)
 
NOTA:
 
[1] Plesiossauro – Réptil enorme, da era mesozoica. Megatério – grande mamífero desdentado, fóssil terciário e quaternário na América. (Nota da edição brasileira de “Cartas dos Mahatmas”)
 
2. HPB: O Que Passou Contém as Sementes do Que Virá  
 
“A época grandiosa do mundo começa
de novo; os anos dourados retornam;
tal como uma serpente, a Terra renova
as suas ervas vencidas pelo inverno.”
 
-SHELLEY [Hellas, linhas 1060-63]
 
“Meu amigo, a era de ouro já passou, e
só os bons têm o poder de trazê-la de volta …”
 
-GOETHE
 
O que será que Shelley, o autor de “Prometeu Libertado”, tinha em sua mente enquanto escrevia sobre o retorno dos dias dourados e o novo começo da grande era do mundo? Será que a sua antevisão poética transportou a sua “Visão do Século Dezenove” para o “Século Cento e Dezenove”, ou será que a visão revelou a ele em belíssimas imagens que as coisas que virão são as coisas que já aconteceram?
 
Fichte nos assegura que é “um fenômeno recorrente, especialmente em eras passadas”, que “aquilo que seremos é descrito como algo que já fomos; e que aquilo que precisamos obter é representado como alguma coisa que tínhamos, mas perdemos”. E, ele acrescenta, “o que Rousseau chamava de Estado Natural, e o que os poetas antigos chamavam de Era de Ouro, como se fosse algo do passado, está na verdade no nosso futuro”.
 
Esta é também a ideia de Tennyson, quando ele diz:
 
“Os escritores antigos empurravam a época da felicidade para trás,
Como se fossem tolos; e nós para a frente – mas somos todos sonhadores, nós e eles ….” [1]
 
Feliz é o otimista em cujo coração o rouxinol da esperança ainda pode cantar, tendo diante de si toda a iniquidade e o frio egoísmo da era atual! O nosso século [dezenove] é uma era cheia de vaidade, e é tão orgulhosa como hipócrita; e é tão cruel quanto fragmentadora.
 
(“Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XI, pp. 186-187.)
 
NOTA:
 
[1] “The Golden Year”, linhas 65-66. (Nota de Boris de Zirkoff em “Collected Writings”)
 
3. Um Mestre: Como a Marcha Para a Maldade é Interrompida
 
Quando a sua raça – a quinta [1] – houver alcançado o seu zênite de intelectualidade física, e desenvolvido a civilização mais elevada (lembre da diferença que nós estabelecemos entre civilizações físicas e espirituais), incapaz de elevar-se em mais nada em seu próprio ciclo, seu avanço em direção ao mal absoluto será interrompido (como seus antecessores, os lemurianos e atlantes, foram interrompidos em sua marcha no mesmo rumo) por uma destas mudanças cataclísmicas; sua grande civilização será destruída, e todas as sub-raças desta raça serão vistas decaindo ao longo dos seus respectivos ciclos, depois de um curto período de glória e aprendizado. Veja os remanescentes dos atlantes – os antigos gregos e romanos…
 
(“Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. II, 398 pp. Ver Carta 93B, p. 120.)
 
NOTA:
 
[1] O Mahatma parece estar se referindo em grande parte à quinta sub-raça (Ocidental), que tem liderado a quinta raça-raiz. O instrutor, individualmente, pertence à quinta raça-raiz. Se ele se tivesse referido à quinta raça-raiz como um todo, ele poderia ter dito “Quando a nossa raça – a quinta …”. Na sua frase, a expressão “a sua” significa “Ocidental”. Ele está escrevendo para um cidadão inglês. Além disso, o mestre está falando aqui sobre civilizações, que são fenômenos relativamente de curto prazo, e se relacionam mais com sub-raças do que com raças-raízes inteiras. No entanto, qualquer sub-raça, e mesmo uma civilização, como a atual civilização ocidental, pode liderar uma raça-raiz durante algum tempo. A nossa civilização ocidental pode levar a humanidade a um desastre de grandes proporções, através de uma guerra nuclear ou de outras formas de destruição ambiental; mas o dever dos teosofistas é tentar evitar o sofrimento desnecessário. Por isso o instrutor oriental faz um alerta. O próximo fragmento, “Um Processo Ansioso de Autoaniquilação”, confirma que o mestre está se referindo principalmente à Civilização Ocidental e à quinta sub-raça. (CCA)
 
4. Um Mestre: Um Processo Ansioso de Autoaniquilação
 
O que você sabe da América, por exemplo, antes da invasão daquele território pelos espanhóis? Menos de dois séculos antes da chegada de Cortés houve uma grande “aceleração” em direção ao progresso entre as sub-raças do Peru e do México, assim como há hoje na Europa e nos E.U.A. A sub-raça deles terminou em quase total aniquilação devido a causas geradas por ela própria; o mesmo ocorrerá com a sua no final do seu ciclo.
 
(“Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, vol. II, Carta 93B, p. 110.)
 
5. HPB: As Aparências Enganosas da “Civilização” Ocidental
 
… Aqueles que não se deixam levar nem por emoções histéricas nem pelo medo supersticioso das multidões; aqueles em quem a voz da sua consciência – “aquela voz pequena e suave” que, quando ouvida, ensurdece o poderoso rugir das próprias Cataratas do Niágara e não permite que eles mintam para as suas próprias almas – estes permanecem de fora.
 
Para eles não há esperança neste final de era; e eles podem renunciar a toda expectativa. Eles nasceram fora da época apropriada. Esta é a cena terrível apresentada pelo nosso ciclo atual, agora aproximando-se do seu fim, para aqueles de cujos olhos caíram as barreiras do preconceito, do dogma e da parcialidade; e que veem a verdade sob as aparências enganosas da nossa “civilização” ocidental.
 
(“Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XI, p. 201.)
 
6. HPB: Surgirá uma Época Melhor?
 
… Mas o que é que o novo ciclo tem reservado para a humanidade? Será que ele será apenas uma continuação do presente, embora com cores mais escuras e mais terríveis? Ou será que um novo dia amanhecerá para a humanidade, um dia de pura luz do sol, um dia de sinceridade, de caridade, de verdadeira felicidade para todos? A resposta depende principalmente dos poucos teosofistas que, verdadeiros para com seus ideais em meio a aplausos ou ataques, ainda lutam na batalha da Verdade contra os poderes da Escuridão.
 
(“Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XI, pp. 201-202.)
 
7. HPB: O Que Acontecerá Se a Sabedoria Divina Prevalecer
 
Se a Teosofia, prevalecendo na luta, lançar as raízes profundas de sua filosofia toda abrangente nos corações e mentes dos homens, se suas doutrinas da Reencarnação e do Carma, em outras palavras, da Esperança e Responsabilidade, encontrar abrigo nas vidas das próximas gerações, então, de fato, uma época de alegria e contentamento nascerá para todos aqueles que agora estão desprezados e sofrendo. Porque a verdadeira Teosofia É ALTRUÍSMO, e isso tem suprema importância. É o amor fraternal, ajuda mútua, devoção inabalável à Verdade. Se de uma vez por todas os homens se conscientizarem de que apenas assim pode-se encontrar a felicidade, e nunca na riqueza, em posses ou gratificações egoístas, então as nuvens negras serão dissipadas e uma nova humanidade nascerá sobre a terra. Então de fato terá início a Idade do Ouro.
 
Mas se não for assim, a tempestade explodirá e nossa alardeada civilização e sua cultura afundarão num mar de tamanho horror como jamais se registrou.
 
(“Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XI, p. 202. Este trecho foi citado por C. C. Aveline no texto “A Chegada do Novo Ciclo”.)
 
8. HPB: A Vitória da Ética, e o Ciclo Ocidental
 
…O erro é poderoso apenas na superfície, porque a Natureza Oculta o impede de tornar-se profundo; a Natureza Oculta rodeia o globo inteiro em todas as direções, e não deixa sem vigilância nem sequer o canto mais escuro. Seja por fenômeno ou por milagre, seja desta ou daquela maneira, de um jeito ou de outro o Ocultismo irá vencer a batalha antes que a era atual complete o “tríplice setenário de Sani (Saturno)” no ciclo ocidental europeu; em outras palavras – antes do final do século 21, da “era cristã”.
 
(“Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XIV, p. 27. Este trecho está também citado no artigo “Calamidades e Bênçãos no Século 21”, de C. C. Aveline.)
 
9. HPB: A Responsabilidade de Cada Estudante
 
A teosofia primeiro e a teosofia por último; porque só a sua compreensão prática pode salvar o mundo ocidental do sentimento egoísta e antifraterno que agora divide uma raça da outra, uma nação da outra; e daquele ódio de classe e daquelas ideias sociais que são a maldição e a desgraça dos chamados povos cristãos. Só a teosofia pode evitar que eles se afundem inteiramente naquele materialismo meramente luxurioso no qual eles vão decair e apodrecer tal como as civilizações têm feito. Nas mãos de vocês, irmãos, está colocado em confiança o bem-estar do próximo século; e embora seja grande a confiança, igualmente grande é também a responsabilidade.
 
(“Five Messages”, H.P. Blavatsky, The Theosophy Company, Los Angeles, EUA, p. 31. O trecho está também citado no artigo “Calamidades e Bênçãos no Século 21”, de C. C. Aveline.)
 
10. Um Mestre: O Movimento é um Antahkarana Coletivo
 
Lamento profundamente minha incapacidade de satisfazer as aspirações honestas, sinceras, de alguns poucos eleitos entre o seu grupo – pelo menos de momento. A crise atual que está abalando os alicerces da S.T. é uma questão de perdição ou salvação para milhares; uma questão de progresso ou retrocesso da raça humana; da sua glória ou desonra, e para a maior parte desta raça, de ser ou não ser, de aniquilação, realmente – e se a sua L.L. pudesse ao menos entender, ou mesmo suspeitar disso, talvez muitos de vocês olhassem para a própria raiz do mal, e em vez de seguirem aparências e decisões científicas falsas, vocês se poriam a trabalhar e salvariam a situação revelando os atos desonrosos do seu mundo missionário.
 
(“Cartas dos Mahatmas”, vol. II, Carta 136, p. 315.)
 
11. HPB: O Destino das Sementes Teosóficas
 
A nossa Sociedade [o movimento teosófico] é a árvore da Fraternidade, crescida de um grão plantado na terra pelo Anjo da Caridade e Justiça, no dia em que o primeiro Caim matou o primeiro Abel. (…) Sendo um núcleo de uma verdadeira Fraternidade, depende dos teosofistas fazer de sua Sociedade uma arca destinada, em um futuro não muito distante, a transportar a humanidade de um novo ciclo para além das vastas águas lamacentas do dilúvio do materialismo sem esperança. Estas águas estão subindo e neste preciso momento inundando todos os países civilizados. Vamos nós deixar o bom perecer com o mau, por medo do clamor, do grito e do desprezo dos maus, seja contra [o Movimento Teosófico], seja contra nós mesmos? Será que vamos vê-los morrer um após o outro, um de cansaço, o outro procurando em vão pelo raio de sol que brilha para todos – sem jogar-lhes uma tábua de salvação? Nunca!
 
(“A Árvore da Fraternidade Universal”, texto de H.P. Blavatsky.)
 
12. HPB: a Terra Será um Paraíso no Século 21
 
… Diga-me se sou demasiado exagerada quando digo que se [o Movimento Teosófico] sobrevive e se mantém fiel a sua missão e a seus primitivos impulsos, através dos próximos cem anos; diga-me, repito, se vou demasiado longe ao afirmar que a Terra, no século 21, será um paraíso em comparação com o que é agora [no século dezenove].
 
(“A Chave da Teosofia”, de Helena Blavatsky, ver p. 281.)
 
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O artigo “A Batalha da Verdade” está disponível como item independente nos websites associados desde 07 de março de 2023.  Está publicado também na edição de abril de 2022 de “O Teosofista”, pp. 1-6.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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