O Importante Não Somos
Nós, e Sim o Nosso Trabalho
 
 
C. Jinarajadasa
 
 
 
C. Jinarajadasa  e uma estátua de Helena Blavatsky, feita por Alexey Leonov
 
 
 
Nota Editorial de 2017:
 
C. Jinarajadasa (1875-1953), o terceiro presidente internacional da Sociedade Teosófica de Adyar, seguiu moderadamente a pseudoteosofia fabricada por Annie Besant e seus colaboradores.  
 
No início da década de 1920, Jinarajadasa já era um líder influente em Adyar. Com uma visão eclética da filosofia, ele desempenhou papel fundamental no processo de restabelecimento de algum verdadeiro contato entre Adyar e os ensinamentos originais da Teosofia.
 
Jinarajadasa certamente não estudou a verdadeira filosofia esotérica. No texto que se segue, referindo-se a Helena Blavatsky, ele é franco o suficiente para admitir:
 
“É muito mais a sua personalidade que me tem fascinado e menos os seus maravilhosos ensinamentos…”.
 
No entanto Jinarajadasa preservou, editou e publicou grande número de cartas dos Mestres de Sabedoria e documentos de Helena Blavatsky. Ele começou, na Sociedade de Adyar, a tendência historicamente importante de prestar pelo menos alguma atenção aos ensinamentos verdadeiros.
 
Embora tenha sido obediente aos falsos clarividentes e acreditasse nas fraudes deles, nunca desempenhou um papel importante nos absurdos fabricados pela maioria dos líderes de Adyar durante o período entre 1911 e 1934.
 
Depois dessa fase, C.J. teve atuação decisiva no caminho de volta para um (modesto) grau de bom senso. Ele sentia real respeito e admiração por H. P. Blavatsky, e tornou mais fácil o trabalho das gerações posteriores de estudantes e pesquisadores da teosofia autêntica.
 
O presente artigo é traduzido da revista “The Theosophist”, Adyar, agosto de 1965, pp. 293-294.
 
(Carlos Cardoso Aveline)
 
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A Natureza Heroica de H. P. Blavatsky
 
C. Jinarajadasa
 
Eu tinha apenas catorze anos quando conheci H. P. Blavatsky. Desde então fiquei fascinado por ela. É muito mais a sua personalidade que me tem fascinado e menos os seus maravilhosos ensinamentos, pois sua personalidade demonstra as grandes qualidades de um herói.
 
Para compreender sua natureza heroica, devemos lembrar alguns fatos que talvez não possam ser todos encontrados em livros publicados. A tradição oculta declara que, depois do treinamento no Tibete sob orientação de seu Mestre, Helena Blavatsky foi enviada para algo que então parecia ser um esforço desesperado. Em 1870, quando Blavatsky começou sua missão, o materialismo era o Evangelho da Vida. A ela foi dada a tarefa de estancar a maré do Materialismo usando o conhecimento oculto que possuía. Não lhe foi dito de que modo o trabalho devia ser feito, exceto em 1874, quando foi informada de que um certo H. S. Olcott iria ajudá-la.
 
Porém, ao começar o seu trabalho ela sabia dos sofrimentos terríveis que lhe estavam reservados. Estava consciente de que seria difamada, considerada  como autora de uma fraude, de um embuste, e que o seu nome seria arrastado na lama de todas as maneiras possíveis. Sabia que teria de fazer muitas coisas usando forças ocultas e, como não estava autorizada a revelar toda a verdade sobre essas forças, suas ações frequentemente pareceriam suspeitas e fraudulentas. Ela havia feito um voto e, diante desse destino de incompreensão, HPB avançou diretamente para a sua meta de sacrifício.
 
É esta intensa devoção à Causa da Humanidade e a lealdade inabalável às instruções de seu Mestre que se destacam em seu caráter. Sua saúde estava mal, ela sofria terrivelmente, mas nem por um momento suas angústias a fizeram esquecer do voto de fazer o esforço desesperado.
 
Ela não esqueceu do seu trabalho nem mesmo em 1885, quando um ataque feito contra ela pelos missionários cristãos provocou sua  agonia e quase a morte. Nessa ocasião o seu Mestre apareceu para HPB e ofereceu-lhe a escolha entre morrer, e assim ser libertada do seu sofrimento, ou viver, com saúde debilitada, para que uma parte significativa do trabalho pela humanidade, a redação de “A Doutrina Secreta”, pudesse ser concluída. Ela optou por sofrer outra vez. O Mestre mostrou-lhe imagens da dor que ainda teria pela frente, mas HPB escolheu esse sofrimento em vez de deixar inacabada uma parte do seu trabalho pela humanidade.
 
Esta inabalável lealdade de HPB para com uma grande Causa sempre me fascina. Nós que somos menores em desenvolvimento muitas vezes podemos esquecer – quando cercados por dificuldades e particularmente por humilhações – que o importante não somos nós, e sim o nosso trabalho.
 
O verdadeiro objetivo deve ser dedicar-nos ao trabalho a todo custo. Quando este trabalho é alargado para servir a humanidade inteira, então nosso caráter torna-se de fato heroico.
 
À medida que mais indivíduos compreenderem os detalhes da sua vida e do seu trabalho, penso que H. P. Blavatsky será crescentemente reconhecida como um dos grandes heróis da humanidade.
 
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O artigo acima está publicado em inglês em nossos websites associados sob o título original de “The Heroic Nature of H. P. Blavatsky”. Também foi publicado em “The Aquarian Theosophist”, na edição de julho de 2012, pp. 14-15. A tradução do inglês é de Joana Maria Pinho.
 
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Em setembro de 2016, depois de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um futuro saudável.
 
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