O Mistério das Mudanças de
Época, na Vida do Nosso Planeta
 
 
William Q. Judge
 
 
A Doutrina dos Ciclos Judge com mold
 
William Q. Judge (1851-1896)
 
 
 
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Nota Editorial:
 
O texto a seguir constitui o capítulo XIV da obra
O Oceano da Teosofia”, de William Judge [1], e
tem um especial interesse para aqueles que buscam   
compreender o momento atual da evolução humana. 
 
(CCA)
 
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Os Ciclos – Capítulo XIV
 
A doutrina dos Ciclos é uma das mais importantes de todo o sistema teosófico, embora seja a menos conhecida e, de todas, a menos frequentemente referida. Os investigadores ocidentais vêm suspeitando há alguns séculos que os eventos ocorrem em ciclos, e uns poucos escritores europeus têm lidado com o assunto, mas todos de modo muito incompleto. Essa visão fragmentária e essa falta de conhecimento preciso se devem à descrença nas coisas espirituais e ao desejo de examinar tudo a partir da ciência materialista. Não pretendo expor a lei dos ciclos inteira, pois ela não é dada em detalhes pelos Mestres de Sabedoria. Mas já foi divulgado o suficiente, e muitas coisas conhecidas durante longo tempo pelos Antigos se somam  para aumentar consideravelmente o nosso conhecimento.
 
Um ciclo é um círculo ou uma volta, como a derivação da palavra indica. As palavras correspondentes em sânscrito são Yuga, Kalpa e Manvântara, mas, destas, yuga é a que mais se aproxima de “ciclo”, pois, como conceito,  tem  duração menor do que os outros termos. O começo de um ciclo deve ser um momento que, adicionado a outros, completa um dia. Dias somados constituem meses, anos, décadas e séculos. O Ocidente raramente vai além disso. Ele reconhece o ciclo da lua e o grande ciclo sideral, mas olha para ambos e para os outros ciclos como meros períodos de tempo. Se formos considerá-los apenas como duração de tempo, eles não têm interesse, exceto para o estudo matemático ou para a astronomia. E é assim que os ciclos são considerados hoje pelos pensadores europeus e norte-americanos. Para eles, os ciclos existem mas não têm nenhuma grande influência sobre a vida humana, e seguramente não exercem influência alguma sobre a real repetição de acontecimentos, ou sobre o reaparecimento, no palco da vida, de pessoas que já viveram no mundo.
 
A teoria teosófica é claramente outra, como tem que ser, já que ela inclui a doutrina da reencarnação, que já recebeu uma boa dose de atenção nos capítulos anteriores. Os ciclos não só são considerados fatos concretos em relação ao tempo. Eles e outros períodos têm uma grande influência sobre a vida humana e a evolução do globo, incluindo todas as formas de vida nele existentes. Começando com o momento e prosseguindo ao longo de um dia, essa teoria transforma o ciclo em  um círculo abrangente, que inclui tudo o que está dentro dos seus limites. O momento é a base. A questão a ser examinada em relação ao grande ciclo é a seguinte: quando ocorreu o primeiro momento? Isso não pode ser respondido, mas pode-se dizer que a verdade sustentada pelos antigos teosofistas é que, nos primeiros momentos da solidificação desse globo, a massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo padrão definido de vibração,  que se manterá através de todas as variações em qualquer parte dele, até que chegue a hora da dissolução. [2]  São esses padrões de vibração que determinam os diferentes ciclos, e, ao contrário das ideias da ciência ocidental, a doutrina afirma que o sistema solar e o globo em que estamos chegarão ao fim quando a força por trás de toda a massa de matéria visível e invisível tiver alcançado o seu limite de duração sob a lei cíclica. Neste ponto a nossa doutrina é outra vez diferente tanto da visão religiosa como da visão científica. [3]  
 
Não admitimos que o final da força seja devido à retirada por algum Deus da sua proteção, nem à súbita colocação em movimento por algum Deus de qualquer outra força contrária ao globo. Nós dizemos que a força que trabalha e determina o grande ciclo é a força do próprio homem, visto como um ser espiritual. Quando ele houver terminado de usar esse globo, ele o abandonará, e então com ele partirá a força que mantém tudo junto. A consequência será a dissolução por fogo, água ou o que seja, mas esses fenômenos são apenas efeitos e não causas. As especulações científicas convencionais nessa área afirmam que a terra poderá “cair” no sol, ou que um cometa de peso poderá destruir o globo, ou que poderemos colidir com um planeta maior, conhecido ou não. Do ponto de  vista da etapa em que estamos, estas especulações não fazem sentido.
 
A reencarnação é a grande lei da vida e do progresso, e está entrelaçada com a lei dos ciclos e a lei do carma. As três leis trabalham juntas, e na prática é quase impossível dissociar a reencarnação da lei dos ciclos. Indivíduos e nações retornam à terra em correntes definidas, e em períodos regularmente repetidos, e assim ressurgem no globo as artes, a civilização e os mesmos indivíduos que um dia estiveram trabalhando nele. Como as nações e os povos estão conectados por fortes fios invisíveis, grandes grupos de seres humanos, movendo-se devagar mas certamente juntos, reúnem-se em épocas diferentes, e sempre emergem novamente, em uma nova etnia e uma nova civilização, à medida que os ciclos percorrem as suas rondas. Dessa forma, as almas que formaram as mais antigas civilizações retornarão e trarão com elas a civilização anterior, em ideia e essência. Isso, somado ao que outros indivíduos fizeram pelo desenvolvimento da raça humana em matéria de caráter e de conhecimento, produzirá um estado novo e mais elevado de civilização. Esse desenvolvimento melhor não se deverá a livros, registros, artes ou mecânica, porque todos estes elementos são periodicamente destruídos, pelo menos do ponto de vista das evidências físicas.[4]  Mas como a alma sempre retém em Manas o conhecimento que obteve em algum momento, e como ela sempre busca e força um desenvolvimento mais completo dos princípios  e dos poderes superiores, a essência do progresso feito permanece, e reaparecerá de modo tão seguro quanto o renascimento do sol.  Ao longo desse caminho estão os pontos em que os ciclos grandes e pequenos de Avatares trazem, para o benefício do ser humano, os grandes personagens que moldam a raça de tempos em tempos.
 
O Ciclo dos Avatares inclui vários ciclos menores. Os maiores são os marcados pelo aparecimento de Rama e Krishna entre os hindus, de Menes entre os egípcios, de Zoroastro entre os persas, e de Buddha entre os hindus e outras nações orientais. Buddha é o último dos grandes Avatares, e está em um ciclo maior do que Jesus dos judeus, pois os ensinamentos deste são os mesmos que os de Buddha, e estão coloridos pelo que Buddha ensinou àqueles que instruíram Jesus. Outro grande Avatar, correspondendo a uma combinação das linhas de Krishna e de Buddha, ainda está por vir. Krishna e Rama foram da ordem militar, civil, religiosa e oculta; Buddha da ética, religiosa e mística, e nisso foi seguido por Jesus. Maomé foi um intermediário menor para uma certa parte da raça, e foi um líder civil, militar e religioso. Nesses ciclos podemos incluir personagens mistos que tiveram influência sobre as nações, como o rei Artur, Faraó, Moisés, Carlos Magno reencarnado como Napoleão Bonaparte, Clóvis da França renascido como imperador Frederico III da Alemanha e George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos da América do Norte, onde a raiz da nova raça está sendo formada.
 
Na intercessão de grandes ciclos, ocorrem efeitos dinâmicos que alteram a superfície do planeta, devido à mudança dos polos do globo ou a alguma outra convulsão. Esta não é uma teoria geralmente aceita, mas nós sustentamos que é verdadeira. O ser humano é um grande dínamo, produzindo, armazenando e irradiando energia, e quando grandes grupos de seres que compõem uma raça humana produzem e distribuem energia, há um efeito dinâmico resultante na matéria do globo, que será poderoso o suficiente para ser nítido e cataclísmico. O fato de que isto tem causado vastas e terríveis perturbações nos estratos do planeta é admitido por toda parte e está comprovado. As perturbações ocorrem através de terremotos e formação de gelo, no tocante à geologia; mas, com respeito às formas animais, a lei cíclica afirma que certas formas animais agora extintas, e também algumas formas humanas, ainda não conhecidas mas suspeitadas, retornarão novamente em seu próprio ciclo; e certas línguas humanas, agora consideradas mortas, estarão em uso outra vez na sua devida hora cíclica.
 
“O ciclo Metônico é o da Lua. É um período de dezenove anos. Quando ele se completa, a lua nova e a cheia retornam aos mesmos dias do mês.”
 
“O ciclo do sol é um período de vinte e oito anos. Quando ele se completa, o domingo retorna ao seu lugar prévio e prossegue na ordem anterior, de acordo com o calendário Juliano.”
 
O grande ano sideral indica o tempo que os pontos equinociais levam para fazer, em sua precessão, uma revolução completa nos céus. É composto de quase 25.868 anos. Afirma-se que o último ano sideral terminou cerca de 9.868 anos atrás [5], época na qual deve ter acontecido na terra uma violenta convulsão, ou uma série delas, assim como o deslocamento geográfico de nações. O encerramento desse grande período coloca a terra em novos locais do cosmos, não com respeito à sua própria órbita, mas em razão do verdadeiro progresso do sol em uma órbita própria, que não pode ser medida por nenhum observador atual [6], mas que é suspeitada por alguns e está localizada em uma das constelações.
 
O homem é especialmente influenciado pelos ciclos espirituais, psíquicos, e morais; e a partir desses ciclos brotam os ciclos nacionais e individuais.  Os ciclos nacionais e raciais são históricos. Os ciclos individuais são os de reencarnação, de sensação e de outros registros cármicos. A duração do ciclo individual de reencarnação para a massa geral dos seres humanos é de mil e quinhentos anos [7] , e isso por sua vez nos fornece um grande ciclo histórico intimamente ligado ao progresso da civilização. Pois à medida que grande quantidade de indivíduos retorna do devachan, pode-se concluir que as épocas romana, grega, e a antiga época ariana, entre outras, serão vistas de novo e que elas  podem ser em grande parte rastreadas. Mas o ser humano também é afetado pelos ciclos astronômicos, porque ele é uma parte do todo, e esses ciclos marcam os períodos em que a humanidade, em conjunto, irá sofrer uma mudança. Nos livros sagrados de todas as nações, estes ciclos são frequentemente mencionados. Eles estão na Bíblia dos cristãos, como, por exemplo, na história de Jonas no ventre da baleia. A narrativa parece absurda quando é lida como história, mas não tanto, quando é vista como um ciclo astronômico. “Jonas” está nas constelações, e quando aquele ponto astronômico que representa o homem alcança o ponto no Zodíaco que está diretamente oposto ao ventre de Cetus, a Baleia, no outro lado do círculo − o que é conhecido como processo de oposição − então diz-se que Jonas está no centro do peixe. Ele é “expelido”  quando se completa o período, quando aquele ponto-homem tiver passado adiante, no Zodíaco, colocando-se fora da oposição com a Baleia. Similarmente, à medida que o mesmo ponto se move através do Zodíaco, ele é trazido à oposição com diferentes constelações que passam a estar exatamente opostas a ele, um século após o outro, à medida que ele se move adiante. Durante esses progressos, há mudanças nos homens e na terra, representadas exatamente pelas constelações,  quando estas são vistas de acordo com as regras corretas da simbologia.
 
Não se afirma que a conjunção provoque o efeito, mas,  eras atrás, os Mestres de Sabedoria calcularam todos os problemas em relação ao ser humano e encontraram nos céus os meios para saber as datas exatas em que os eventos com certeza recorrerão, e então, ao imprimir nas mentes de antigas nações a simbologia do Zodíaco, possibilitaram a preservação do registro e da profecia. Assim, da mesma maneira que um relojoeiro pode nos dizer a hora pela movimentação dos ponteiros ao longo de certos pontos fixos, os Sábios podem conhecer o momento dos eventos através do relógio zodiacal. Não se acredita nisso hoje, é claro. Mas isso será bem compreendido nos séculos futuros, e como todas as nações da terra possuem em geral símbolos similares para o zodíaco, e como também os registros de raças há muito extintas possuem o mesmo, não é provável que o espírito de vandalismo do século 19 seja capaz de apagar essa valiosa herança de nossa evolução. No Egito, o zodíaco de Dendera [8] conta uma lenda igual àquela nos foi deixada pela antiga civilização do continente americano. As lendas vêm da mesma fonte. Elas são o trabalho dos Sábios que surgem no começo de cada grande ciclo humano e dão à humanidade − quando ela começa sua difícil trajetória pela estrada do desenvolvimento −  grandes símbolos e ideias de caráter astronômico que irão durar por todos os ciclos menores. 
 
A respeito dos cataclismos gerais que ocorrem no início e no fim dos grandes ciclos, as principais leis que governam os efeitos são a do Carma e a da Recorporificação ou Reencarnação, que se cumprem  de acordo com a regra cíclica. Não só o ser humano é regido por essas leis. Cada átomo de matéria também é regido por elas, e a totalidade da matéria física está constantemente sofrendo mudanças, ao mesmo tempo que o ser humano. A matéria física deve, portanto, exibir alterações correspondentes àquelas pelas quais o homem pensante está passando. No plano físico, os efeitos são trazidos pelos fluidos elétricos e outros, que agem com os gases nos sólidos do globo. Na virada de um grande ciclo, eles alcançam o que poderia ser chamado de “ponto de explosão” e podem causar convulsões violentas dos seguintes tipos: (a) Terremotos, (b) Inundações, (c) Incêndios, (d) Gelo.
 
De acordo com essa filosofia, os terremotos podem ser produzidos por duas causas gerais. A primeira é o abaixamento ou elevação da matéria situada sob a crosta terrestre, devido a calor e vapor. A segunda é dada pelas mudanças elétricas ou magnéticas que afetam a água e a terra ao mesmo tempo. Estas últimas têm o poder de tornar a terra instantaneamente fluída, sem liquefazê-la, causando assim deslocamentos imensos e violentos, em ondas grandes ou pequenas. Esse efeito é visto agora em áreas de terremotos, nas quais causas elétricas similares estão em ação em escala menor.
 
As inundações de grande extensão são causadas por deslocamento de água devido ao abaixamento ou elevação de terras, e por estas alterações combinadas com a mudança elétrica que induz uma copiosa descarga de umidade. Esta última não é o mero esvaziamento de uma nuvem, mas uma súbita transformação em água de vastas massas de fluidos e sólidos.  
 
Os incêndios em escala planetária surgem de mudanças elétricas e magnéticas na atmosfera, pelas quais a umidade é retirada do ar e este é transformado em uma massa ardente; e, em segundo lugar, pela súbita expansão do centro magnético solar em sete centros, assim queimando o globo.
 
Os cataclismos pelo gelo não vêm apenas da súbita alteração dos pólos, mas também  do abaixamento da temperatura devido às alterações das correntes mornas no mar e das correntes quentes magnéticas dentro da terra. As  primeiras são conhecidas da ciência, e as últimas, não. O estrato mais inferior da umidade é subitamente congelado,  e vastas áreas de terra são cobertas da noite para o dia com vários metros de gelo. Isso pode facilmente acontecer com as ilhas britânicas, se as correntes mais quentes do oceano forem desviadas do seu litoral. [9]
 
Tanto os egípcios como os gregos tinham os seus ciclos, mas, em nossa opinião, eles os obtiveram dos sábios indianos. Os chineses sempre foram uma nação de astrônomos, e têm registradas observações que retroagem até bem antes da era cristã, mas como elas pertencem a uma raça antiga, condenada à extinção −  por estranha que essa afirmação possa parecer – suas conclusões não serão corretas para as nações arianas.[10]
 
Com a chegada da era cristã, um pesado manto de escuridão caiu sobre as mentes dos seres humanos no Ocidente, e a Índia ficou por muitos séculos isolada de modo a preservar essas suas grandes ideias durante a noite mental da Europa.  Esse isolamento foi produzido deliberadamente como uma precaução necessária tomada pela Loja sobre a qual falei no capítulo I, porque seus adeptos, sabendo perfeitamente das leis cíclicas, desejaram preservar a filosofia para as futuras gerações. Como seria meramente pedante e especulativo discutir os desconhecidos Saros e Naros, e outros ciclos dos egípcios, exporei os ciclos bramânicos, já que eles conferem quase exatamente com os períodos corretos.
 
Um período da manifestação universal é chamado Brahmanda, que é uma vida completa de Brahma. A vida de Brahma é formada por seus dias e anos, os quais, sendo cósmicos, têm cada um uma duração imensa. O dia de Brahma tem as suas próprias 24 horas. O seu ano tem pouco mais do que 360 dias, e o número dos anos da sua vida é 100.
 
Agora consideremos esse globo – uma vez que não estamos envolvidos com nenhum outro. O seu governo e sua evolução acontecem sob um Manu, ou Homem, e disso vem o termo Manvantara, ou “entre dois Manus”. [11]
 
O curso da evolução está dividido em quatro Yugas para cada raça, segundo seu próprio tempo e sua maneira. Essas Yugas não afetam toda a humanidade ao mesmo tempo, pois algumas raças estão em uma das Yugas enquanto outras estão em um ciclo diferente. Os nativos norte-americanos, por exemplo, estão no fim da sua idade da pedra [12], enquanto os arianos estão em um estado bem diferente.
 
Essas quatro Yugas são: Krita, ou Satya, a de ouro; Treta; Dvapara; e Kali ou a negra. A era atual para o ocidente e a Índia é a Kali Yuga, especialmente com respeito ao desenvolvimento moral e espiritual. A primeira dessas é lenta em comparação com o resto e a atual – Kali – é muito rápida. O  seu movimento é acelerado precisamente por determinados períodos astronômicos conhecidos hoje a respeito da lua, mas não totalmente calculados.
 
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Os primeiros 5000 anos do Kali Yuga terminam entre os anos de 1897 e 1898. Essa yuga começou cerca de 3102 anos antes da era cristã, quando ocorreu a morte de Krishna. Como 1897-98 não está muito longe, o homem de ciência de hoje terá a oportunidade de ver se o fechamento do ciclo de cinco mil anos será precedido ou seguido por quaisquer convulsões ou grandes mudanças políticas, científicas ou físicas, ou todas elas combinadas. [13]  
 
As mudanças cíclicas estão se processando agora, à medida que, ano após ano,  almas que viveram em civilizações anteriores estão encarnando nesse tempo, quando a liberdade de pensamento e ação não está tão restrita no Ocidente como foi no passado devido ao fanatismo e ao preconceito religioso e dogmático.
 
Estamos no momento presente em um ciclo de transição, e, como seria de prever,  tudo está mudando, na filosofia, na religião e na sociedade. Em um período de transição, as regras e os cálculos completos e inteiros não são divulgados para quem coloca o dinheiro acima de todas coisas e menospreza a visão espiritual do homem e da natureza.
 
NOTAS:
 
[1] “The Ocean of Theosophy”, William Q. Judge, Theosophy Company, Los Angeles, 1987, 172 pp.
 
[2] “A massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo e definido padrão de vibração, que se manterá através de todas as variações em qualquer parte dele, até que a hora da dissolução aconteça”. A ideia contida nesta frase de W. Judge tem um óbvio paralelo com a atual concepção da teoria astrofísica do Big-Bang. A teoria do Big-Bang afirma que durante uma fração quase incalculavelmente pequena de tempo, uma “explosão silenciosa” de energia, ocorrida em uma dimensão quase incalculavelmente pequena de espaço, estabeleceu a frequência vibratória e o equilíbrio entre expansão e retração que regem até hoje e regerão no futuro a evolução do universo. (Nota do editor brasileiro)
 
[3] O leitor deve levar em conta que esta obra foi publicada na década de 1890. Desde então, as ciências exatas tiveram tempo de aproximar-se bastante da ciência esotérica e da filosofia teosófica, confirmando com seus próprios métodos muitas das afirmativas feitas por H. P. Blavatsky e seu colaborador William Q. Judge no século 19. (N. ed. bras.)
 
[4] William Judge se refere aqui apenas às evidências físicas disponíveis ao público. Os Iniciados preservam a memória histórica e cultural de todos os períodos da evolução, em seus registros e em suas bibliotecas esotéricas, conforme explica H.P. Blavatsky nas páginas iniciais de “A Doutrina Secreta”.  A filosofia esotérica revela algumas das informações que estão preservadas em tais arquivos. (N. ed. bras.).
 
[5] “9868 anos atrás”; contando, naturalmente, a partir do ano em que este livro foi publicado pela primeira vez, o que ocorreu em 1893. (N. ed. bras.)
 
[6] Exceto os altos iniciados, que conhecem com ampla precisão tudo o que diz respeito à evolução humana. (N. ed. bras.)
 
[7] “1500 anos”. Na verdade, o intervalo médio entre duas vidas varia flexivelmente em uma faixa muito mais ampla, de um mil a quatro mil anos, e mesmo esta faixa inclui muitas exceções. Um Mahatma dos Himalaias escreveu: “… Como a mônada não tem corpo Cármico para orientar o seu renascimento, cai na não-existência durante um certo período e depois reencarna – certamente não antes de mil ou dois mil anos.” (“Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. II, p. 148, pergunta 26, e resposta única às perguntas 25 e 26.) Em outro texto, falando dos casos normais, em que há Devachan, o Mestre esclarece: “Sem dúvida, o Ego real é inerente aos princípios superiores que reencarnam periodicamente a cada mil, dois mil, três mil ou mais anos.” (“Cartas dos Mahatmas”, volume II, Carta 85B, p. 40.) Na Carta 62, o Mestre explica mais uma vez que “os intervalos entre os renascimentos são incomensuravelmente grandes” (volume I, página 256). O início da resposta número nove da Carta 68 das Cartas dos Mahatmas deixa, também, muito claro: o intervalo entre duas vidas é normalmente não só de anos e décadas, mas “séculos e milênios, frequentemente multiplicados por alguma coisa mais”. E o Mestre acrescenta: “os prazos de existência encarnada de um homem correspondem a apenas uma pequena proporção dos seus períodos de existência internatal” (volume I, p. 305.). H. P. B. também aborda a questão. Ela menciona que o intervalo varia, e é de “cerca de 3.000 anos, às vezes mais, às vezes menos.” (“Transmigration of Life Atoms”, texto publicado em “Theosophical Articles”, de H.P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, 1981, volume II, p. 249. O mesmo texto está no volume V de “Collected Writings”, TPH.) (N. ed. bras.)
 
[8] O Zodíaco de Dendera é mencionado diversas vezes na obra “A Doutrina Secreta”. Ali a senhora Blavatsky afirma, por exemplo, que, segundo registros deste zodíaco em antigos templos egípcios, houve alterações nos pólos terrestres em épocas muito anteriores à nossa. Tais alterações seriam ciclicamente recorrentes. Veja, na edição original, “The Secret Doctrine”, H. P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, volume II, p. 368. (N. ed. bras.)
 
[9] Esta possibilidade também é prevista − com base em dados da ciência atual – por Al Gore,  ex-vice-presidente norte-americano e ganhador do Prêmio Nobel da  Paz. (N. ed. bras.)
 
[10] As nações arianas são os povos que descendem da antiga civilização hindu. Não há aqui, naturalmente, qualquer menção a uma “extinção súbita” do povo chinês. A “extinção” a que se refere William Judge com relação às etnias chinesas ocorrerá em um prazo tão longo que está além de qualquer visão de futuro que se possa ter atualmente.  Além disso, de acordo com a regra geral, ela se dará pouco a pouco, ocorrendo culturalmente, por absorção e por evolução, na medida em que os mesmos eus superiores que hoje renascem no povo chinês forem reencarnando, pelo critério de afinidade, em sub-raças mais recentes. Isso, no entanto, é remoto e não tem grande interesse para o momento atual da evolução humana. (N. ed. bras.)
 
[11] O termo Manu significa “um homem”, isto é, um tipo ou modelo geral de ser humano que persiste durante uma  longa etapa de desenvolvimento da humanidade. (N. ed. bras.)
 
[12] A afirmativa se refere ao século 19, e a tribos que não tinham contato com a civilização mais avançada. De lá para cá as condições culturais dos povos indígenas se alteraram substancialmente. (N. ed.bras.)
 
[13] Como foi lembrado acima, a primeira edição desta obra é de 1893. Por outro lado, as alterações geológicas e a mudança de era se desenvolvem ao longo de vários séculos, no caso dos ciclos menores, de poucos milhares de anos, segundo H. P. Blavatsky explica em “A Doutrina Secreta”. A transição é muito mais demorada no caso dos grandes ciclos. (N. ed. bras.)
 
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Para conhecer um diálogo documentado com a sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline.
 
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Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.  
 
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